No Brasil, 81,9% dos alunos da Educação Básica deixaram de frequentar as instituições de ensino. São cerca de 39 milhões de pessoas.
A Fundação Carlos Chagas fez uma pesquisa com mais de 14.000 docentes no período de 30 de abril a 10 de maio com o objetivo de entender como os professores estão desenvolvendo suas atividades, como conciliam o trabalho profissional com a vida privada e quais suas expectativas para o período de retorno às aulas presenciais.
Os resultados desse estudo serão apresentados em boletins periódicos pela Fundação em seu site (https://www.fcc.org.br/fcc/).
Seguem abaixo, os primeiros resultados desta pesquisa:
ROTINA DE TRABALHO
No momento do lançamento do questionário on-line, as escolas estavam preparando ou aprimorando a rotina escolar não presencial. Observa-se a preocupação das docentes em organizar o tempo com os alunos, garantindo o conteúdo das disciplinas. Dentre as estratégias utilizadas pelas professoras, ressalta-se o uso de materiais digitais via redes sociais (e-mail, WhatsApp, etc.) em todas as etapas/modalidades.
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS
Destaca-se, na educação infantil (60%) e no ensino fundamental (65%), o envio de orientações às famílias para estímulo e acompanhamento das atividades realizadas em casa. Observa-se a preocupação das docentes em organizar o tempo com os alunos garantindo o conteúdo das disciplinas.
EFEITOS DO CONTEXTO
A expectativa, tanto em relação à aprendizagem quanto à percepção de que seus alunos conseguem realizar as atividades propostas, está próxima de 50%. Em relação à realização das atividades propostas aos alunos: 33,4% das professoras indicam que a maioria tem realizado; 22,3% percebem que a minoria realiza.
Na avaliação acerca da possível ansiedade/depressão de seus alunos, 34,7% das professoras não souberam informar, entretanto 53,8% consideraram que aumentou.
RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS
Para 84,6%, a readequação dos modelos de avaliações surge como um ponto sensível. De fato, a situação imposta pela pandemia exige, de um lado, repensar os conteúdos e as práticas pedagógicas adaptadas para um contexto virtual e, de outro, requer discutir atividades avaliativas considerando a diversidade de situações e condições de vida em que se encontram os estudantes dos diversos níveis de ensino. Não se trata, apenas, de transpor práticas que antes eram feitas presencialmente para contextos virtuais.
O cancelamento do ano letivo estaria no horizonte de somente 11,2%. Há clareza de que, no pós-pandemia, o cotidiano escolar não será o mesmo: para 65,6% das professoras, o rodízio de alunos para evitar aglomeração e, para 55,9%, a continuidade do ensino on-line junto com o presencial são prenúncio de mudanças possíveis.
Pouco mais de um terço dos respondentes, 34,5%, defende a necessidade de reposição das aulas e um em cada quatro (25,4%), a prorrogação do ano letivo de 2020 até 2021.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL