Educação inclusiva é considerar a deficiência de uma criança ou de um jovem como mais uma das muitas características que os alunos podem ter. E, sendo assim, respeitar essa diferença e encontrar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento de cada aluno.
Vários estudos, no Brasil e no mundo, têm demonstrado que essa pedagogia centrada no aluno é benéfica para todos os estudantes com e sem deficiência porque:
- Reduz a taxa de desistência e repetência escolar;
- Aumenta a autoestima dos alunos;
- Impede o desperdício de recursos;
A educação inclusiva ajuda a construir uma sociedade que respeita as diferenças. Para que isso ocorra, é fundamental que as crianças com deficiência tenham o apoio de que precisam, isto é, acesso físico, equipamentos para locomoção, comunicação (tecnologia assistiva) ou outros tipos de suporte.
Mas, o mais importante de tudo, é que a prática da educação inclusiva pressupõe que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que o objetivo da Educação Inclusiva é garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade;
- É ter em conta que cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem e que Toda a comunidade escolar é extremamente importante para todos os alunos, de forma mais significativa no processo de inclusão escolar!
- Escola acolhedora, é a escola onde as pessoas recebem os alunos respeitando sua maneira de ser, descobrindo sua forma de aprender e interagir com o mundo.
- É fundamental que todos que fazem parte do cenário escolar, conheçam as famílias dos alunos com deficiência de forma mais próxima, de modo a garantir um processo inclusivo do aluno e da própria família.
- De igual modo, conhecer as características de cada deficiência auxilia na aproximação e no acolhimento dos alunos.
Como resultado disso, todos ganham com a educação inclusiva:
Os alunos com deficiência aprendem:
- melhor e mais rapidamente, pois encontram modelos positivos nos colegas;
- que podem contar com a ajuda e também podem ajudar os colegas;
- a lidar com suas dificuldades e a conviver com as demais crianças.
Os alunos sem deficiência aprendem:
- a lidar com as diferenças individuais;
- a respeitar os limites do outro;
- a partilhar processos de aprendizagem.
Todos os alunos aprendem:
- a compreender e aceitar os outros;
- a reconhecer as necessidades e competências dos colegas;
- a respeitar todas as pessoas;
- a construir uma sociedade mais solidária;
- a desenvolver atitudes de apoio mútuo;
- a criar e desenvolver laços de amizade;
- a preparar uma comunidade que apoia todos os seus membros;
- a diminuir a ansiedade diante das dificuldades.
Todos os atores do cenário escolar ganham com o processo da educação inclusiva e devem ser trabalhados para vencer a maior barreira de todas que é o preconceito.
Saber que é normal ter preconceito, que faz parte da natureza humana, desde o início da humanidade.
O homem desconfia e tem medo de tudo o que é diferente dele mesmo, do “outro”.
O “outro” inspira receio, temor, insegurança.
Esses sentimentos eram importantes no tempo das cavernas, quando os homens eram poucos e lutavam bravamente para sobreviver em um ambiente hostil mas essa característica foi selecionada evolutivamente porque ajudava na sobrevivência da espécie.
E o homem moderno ainda é biologicamente o mesmo daqueles tempos.
Portanto é normal adotar atitudes defensivas ou de ataque, que se expressam pelo preconceito, pela discriminação, pelas palavras ofensivas ou por atos violentos.
Solução para o preconceito: conhecimento.
Conhecimento viabiliza a inclusão de fato!
Texto de Profa Dra Eliana Cunha. Mestre e doutoranda em Psicologia da Educação pela PUC-SP, ortoptista pós-graduada em Distúrbios Visuais pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) e atualmente é coordenadora da área de Educação Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Apoio: Fundação Dorina Nowill para Cegos