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Metodologias de Ensino no Brasil

Por 12 de março de 2021 Sem comentários

Como pais, fornecer educação de qualidade para os(as) filhos(as) é uma grande prioridade. Escolher uma escola implica colocar a criança ou o adolescente em um longo e sinuoso caminho de aprendizagem. Portanto, precisa ser um caminho selecionado com cuidado e sabedoria – o que, geralmente, é mais fácil falar do que fazer, não é mesmo? Com o número crescente de vários tipos de escola, como escolher aquela que melhor se adapta às necessidades específicas do seu(ua) filho(a)?

Independentemente de qualquer coisa, é bom saber que, seja qual for o tipo de escola ou linha pedagógica escolhida, no Brasil, todas as instituições precisam seguir as Leis de Diretrizes e Bases que determinam quais disciplinas e atividades são obrigatórias para cada ano escolar. Ou seja, mesmo que se trate de uma escola bilíngue ou uma de matriz internacional, o colégio precisa funcionar de acordo com essas normas para atuar legalmente no país. 

O que define a escola ideal? 

Tradicional, construtivista, montessoriana, bilíngue, internacional… A variedade dos tipos de escola é grande, mas, na prática, o que é que cada uma dessas linhas pedagógicas tem a oferecer? E o principal: como identificar qual é a escola ideal para efetuar a matrícula?

Em suma, ninguém se preocupa mais com o bem-estar de seu(ua) filho(a) do que você. Ninguém será mais cuidadoso em conferir se ele ou ela é bem educado(a) e bem tratado(a) na escola. Você conhece a personalidade dele(a), tal como seus pontos fortes e os que precisam ser aprimorados, assim como é você quem sabe quais são os interesses que iluminam os olhos dele ou dela. Portanto, a conversa sobre a escola ideal se inicia definindo quem é a sua família.

Definir bem as prioridades e escolher uma escola adequada para seus filhos pode ter impacto direto sobre a sua confiança na instituição e, consequentemente, sobre a relação que será estabelecida entre ambos. Com reflexos até mesmo sobre o modo como a criança ou o adolescente traça e alcança metas acadêmicas. Essa é uma decisão da cabeça e do coração; contudo, além de dar ouvidos à própria sabedoria intuitiva, é necessário estar bem informado.

Quais são os tipos de escola? 

Escola tradicional

Método mais utilizado pelas escolas brasileiras, a escola tradicional é aquela em que o professor é a figura central. É ele quem conduz o processo de ensino-aprendizagem da turma e determina o que será aprendido, como e onde. As carteiras são organizadas em fileiras, e os estudantes têm a função de receber as informações e prosseguir com a assimilação de conhecimentos passivamente. Espera-se que continuem em casa a desenvolver aquilo que foi apresentado em sala de aula, e para isso se utiliza a lição de casa. Testes padronizados e periódicos também são administrados como recurso de avaliar por notas a compreensão daquilo que foi ensinado. Nesse modelo, o tempo, o local e o ritmo de aprendizado são constantes.

Escola montessoriana

A escola montessoriana ganhou bastante destaque nos últimos anos devido à divulgação de que esse foi o tipo de escola escolhido pelo príncipe William e pela duquesa Kate Middleton para educar seus filhos. Nessa metodologia, educar vai além de transmitir conhecimentos acadêmicos; portanto, também deve envolver o amadurecimento social, emocional, cultural e cognitivo, entre outros. Dessa maneira, é priorizado o aprender a partir de experiências e observações, sempre levando em conta a individualidade de cada um. Aqui, os professores têm a função de instruir. Ainda assim, todos devem cumprir módulos obrigatórios determinados para cada ciclo escolar. Não há avaliações tradicionais, e o progresso é sentido de estudante a estudante, estimulando-se os pontos que cada um carece melhorar.

Escola construtivista

A escola construtivista propõe a construção individual de conhecimento, ou seja, o conhecimento é algo a ser construído na interação do estudante com o meio em que está inserido. O foco do aprendizado sai do conteúdo a ser ensinado para quem o aprende. Assim, os professores são mediadores, focados em estimular cada um de acordo com suas próprias capacidades de raciocínio e cognição. Nas salas de aula, a organização geralmente é de carteiras em círculos, e os educadores circulam por elas. Nesse tipo de escola, há muitos trabalhos em grupo, e o acompanhamento de progresso e a avaliação é um processo contínuo. As provas também existem, desde que elaboradas pelo próprio docente da classe e com peso menor do que o de uma escola tradicional. Ao contrário do que possam pensar, o conteúdo segue sendo proposto pelo educador, e não pelos estudantes.

Escola comportamentalista

Já a escola comportamentalista é caracterizada pelo estímulo ao empirismo. Nela, os modelos de ensino são desenvolvidos partindo de análises de processos conceituais já definidos como matrizes modeladoras do comportamento humano. Assim, todo o conteúdo visa desenvolver objetivos e habilidades que levem a competências, e o professor tem a tarefa de propor que os estudantes cheguem ao comportamento e aos resultados esperados. Para isso, são utilizadas técnicas e materiais pré-definidos e há preocupação em controlar o tempo que cada discente levará para seguir os procedimentos. É de responsabilidade do educador planejar e desenvolver os processos de ensino-aprendizagem, sempre focando na maximização do desempenho da turma. Cada aluno é considerado um recipiente de informações e reflexões. As avaliações são tradicionais, inclusive contando com o índice de pontuação mínima para chegar ao próximo nível escolar.

Escola internacional e bilíngue

Não, não se trata da mesma coisa. O ensino bilíngue é um projeto dentro de um tipo de escola, que costuma ser inserido ao longo das aulas ou nos contraturnos. As disciplinas dadas como obrigatórias no Brasil seguem na grade. Por sua vez, a escola internacional segue os parâmetros estipulados em seu país de origem, incluindo calendários, o que significa que o ano letivo começa em agosto e termina em junho do ano seguinte, por exemplo. O corpo docente costuma ser formado por professores estrangeiros, em contrapartida ao projeto bilíngue, que é lecionado por educadores brasileiros com fluência e certificação em outro idioma. Na escola internacional, disciplinas como Geografia, História e Língua Portuguesa são ministradas em português. As restantes, incluindo Matemática, na língua estrangeira. 

Vale lembrar que o aprendizado de cada criança ou adolescente não é estático e muito menos totalmente linear. Os tipos de escola definem uma base pedagógica, mas, na prática, o ritmo é construído no dia a dia. Logo, algumas questões podem variar e até mesmo serem encontrados elementos de um tipo em outro. Vale prestar atenção nisso também na hora de avaliar o currículo.

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