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4 pilares para educar melhor

Por 18 de fevereiro de 2022 Sem comentários

Conheça os quatro pilares da educação da UNESCO para preparar seu filho para um mundo cada vez mais complexo

Educar os filhos normalmente está entre as principais preocupações dos pais. A velocidade das mudanças e das informações atualmente, o mundo mais complexo e conectado, novas tecnologias surgindo todos os dias, novas profissões, a pandemia… tudo isso torna o desafio da educação muito diferente do que já foi. De que adianta ensinar algo hoje, que pode mudar amanhã? Por isso, a própria maneira de educar também precisa ser remodelada. E foi. Nos anos 90, a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco), ao perceber a necessidade de adequar a educação a um contexto mais desafiador, definiu quatro pilares capazes de potencializar o aprendizado de cada criança. Até hoje eles são referências para educadores do mundo todo. Conheça quais são eles.

1. Aprender a conhecer

Mais do que aprender um conteúdo específico, toda criança precisa aprender quais são as ferramentas disponíveis para conhecer um mundo em transformação. Ou seja, este primeiro pilar não trata do fim de um aprendizado, mas do meio necessário para se adquirir conhecimento.

A coordenadora pedagógica e especialista em educação do Kumon, Cristhiane Amorim, destaca que essas ferramentas, quando aprendidas, podem ajudar muito as crianças no processo educacional e na compreensão de mundo.

“Existem habilidades que são pilares educacionais, como o senso lógico, a capacidade de interpretação daquilo que ela (a criança) vê e fazer escolhas de forma mais objetiva e clara, considerando a subjetividade da decisão tomada. Os jovens de hoje sabem tudo de tecnologia, mas, às vezes, não sabem qual caminho seguir”.

2. Aprender a fazer

É o passo seguinte e fundamental ao primeiro. De que adianta aprender as ferramentas, se não souber colocá-las em prática? E a Unesco vai além: não basta saber reproduzir um conhecimento, é preciso adequá-lo a este mundo em transformação, a um mercado de trabalho volátil. E o desafio se torna maior exatamente por esse ponto: como ensinar uma criança a resolver problemas que ainda nem existem, a exercer profissões que ainda serão criadas?

Para Cristhiane, essas habilidades estão na própria matemática ou no português. A partir dessas duas disciplinas tradicionais, as crianças aprendem como agir em diferentes situações da vida real.

“A matemática tem objetivo. Desenvolver raciocínio lógico para que você possa resolver os problemas da vida com mais rapidez e tranquilidade. Eu posso também desenvolver o pensamento crítico, através da língua materna, no nosso caso, o português. Se eu tenho capacidade de leitura, eu tenho capacidade de refletir sobre o que eu leio, e inserir o meu pensamento sobre essa leitura e assim pensar criticamente”.

3. Aprender a conviver

Segundo a própria Unesco, é a partir deste terceiro pilar que a nova maneira de lidar com a educação começa a se diferenciar da tradicional. Em um mundo em que os conflitos são cada vez mais comuns, apender a conviver melhor com pessoas tão diferentes em diversos aspectos se torna um dos principais desafios da educação. E aqui vale destacar um termo que ficou famoso nos últimos anos, soft skills, ou habilidades interpessoais, que não faziam parte do currículo-padrão de aprendizagem. Hoje, para muitos estudiosos da educação, elas são fundamentais para qualquer pessoa.

Empatia, capacidade de comunicação e escuta, flexibilidade, gestão do tempo, resolução de conflitos e pensamento crítico são algumas habilidades que, independentemente da situação, do ambiente, da cultura ou classe social dos envolvidos, podem ser aplicadas. São elas que vão permitir uma convivência entre pessoas. A Unesco destaca também o ensino da não violência como forma de estimular essas capacidades nas crianças.

A especialista em educação do Kumon lembra que os dois pilares fazem mais sentido quando atuam com este terceiro.

“O importante é que além da criança aprender a conhecer e a fazer, ela possa conviver e ter laços afetivos emocionais extremamente bem construídos. A gente pode ter muito conhecimento, mas se não temos a emoção bem controlada, bem organizada, a gente se perde. No Kumon, quando uma criança chega, desde como ela se comporta, a agitação, a ansiedade… tudo isso a gente vai mediando, para que ela consiga, por exemplo, aprender com seus erros”.

4. Aprender a ser

Parece algo paradoxal que este quarto pilar venha depois do terceiro. Não é por acaso. Segundo a Unesco, a partir do conhecimento das ferramentas, do modo de usá-las e da percepção do outro, cada indivíduo tem condições de se desenvolver como pessoa. E é fundamental que isso ocorra para que cada um tenha autonomia, capacidade de discernimento, de fazer as próprias escolhas e principalmente ter clareza do que é melhor para uma determinada situação, sem deixar de lado o senso coletivo.

“Incentivar o desenvolvimento do máximo potencial para que as pessoas se sintam mais sãs para o mundo. A criança que passa por esse processo fluido de educação consegue ampliar o senso crítico e ter mais empatia com o próximo, porque ela vê com mais clareza o outro. Ela consegue perceber quem ela é, e quem é o outro. E mais do que isso: contribuir para o que o outro seja cada vez melhor”.

 

Conteúdo desenvolvido por UOL Content_Lab para Kumon

 

 

 

 

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