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Utilizar dados facilita a tomada de decisão em aulas remotas

Por 22 de abril de 2021 Sem comentários

Utilizar dados facilita a tomada de decisão em aulas remotas

Quais são as práticas pedagógicas utilizadas em uma classe para analisar o desempenho dos estudantes? Notas, entregas de atividades e a supervisão atenta do professor sempre são bons exemplos. Com as aulas remotas ou híbridas, essa questão ficou um pouco mais difícil de ser observada e medida, já que a dinâmica de participação foi completamente alterada. Entretanto, desse panorama surge uma nova gama de opções para as escolas. Agora, mais do que nunca, trabalhando online elas têm mais dados sobre seus alunos, que, se usados com sabedoria, podem se traduzir em melhores decisões para o currículo pedagógico e a instrução formal. 

A tomada de decisão educacional baseada em dados é um processo pelo qual os educadores examinam as informações geradas por várias avaliações para identificar os pontos fortes e as deficiências de cada discente e aplicam essas descobertas à sua prática. Com o apoio das ferramentas digitais, nesse processo é possível tanto obter essas noções como empregá-las em prol da dinâmica das atividades online, de modo coerente e efetivo. Geralmente, essa grande quantidade de informações seria perdida, pois aqueles que precisam analisá-la não têm noção de seus usos ou lhes falta um objetivo em mente. Mas, sabendo que as possibilidades de monitoramento por meio das estatísticas são enormes, vale a pena se aprofundar no tema. 

As “Ferramentas Antigas” versus as “Novas Ferramentas”

O conceito de usar informações e dados para tomar decisões sobre práticas e estratégias de intervenção na gestão de sala de aula não é novo. Educadores têm feito isso desde sempre; é parte integrante de ser um profissional eficaz. No passado, entretanto, as fontes dessas informações eram diferentes. As decisões eram baseadas em intuição, filosofia de ensino e experiência pessoal todas fontes válidas que, em conjunto, constituem uma espécie de “instinto”, uma ajuda para orientar os educadores. Esse instinto não deve ser ignorado ou deixado de lado. No entanto, o problema de confiar apenas nas “ferramentas antigas” como base para a tomada de decisão em um mundo de aulas remotas é que elas não se somam a um processo sistemático. 

Como educadores, é importante experimentar diferentes abordagens de ensino e conferir como elas funcionam. Parece uma ideia bastante simples, mas o processo de tentativa e erro de escolher uma estratégia, aplicá-la em sala de aula e julgar se ela funcionou ou não é diferente para cada indivíduo e instituição escolar. Então, como decidir qual estratégia tentar e como saber se ela “funcionou”? Não é muito eficiente ou consistente seguir apenas o instinto. Além disso, tal conduta pode levar a resultados ambíguos. A tentativa e o erro servem para aprender o que não se deve fazer e entender o que não funcionou; não há nada de errado com essa dinâmica. Contudo, ela não pode ser a única maneira de desenvolver estratégias para as práticas pedagógicas.

Expandir esse conceito, integrando algumas ideias e, principalmente, aderindo às “novas ferramentas”, tem muito a agregar às aulas remotas, já que elas, no geral, oferecem testes padronizados, análises de desempenho, interação e outras informações adicionais sobre as quais os professores podem basear suas decisões curriculares e instrucionais. Esse componente baseado em dados facilita uma abordagem mais científica do processo de tomada de decisão. Se pensarmos nas ferramentas antigas, como a “arte” de ensinar, e nas novas, como a “ciência”, uma não exclui a outra, e sim se complementam.

Uma abordagem científica para as aulas remotas

Adotar a abordagem baseada em dados para a tomada de decisão educacional requer estratégias alternativas de instrução e avaliação. Quando se ensina o método científico aos alunos, eles aprendem a gerar ideias, desenvolver hipóteses, projetar investigações, coletar dados, analisá-los, tirar conclusões e reiniciar o ciclo desenvolvendo novas hipóteses. Da mesma maneira, os profissionais da educação podem usar o método científico para explorar e pensar as próprias práticas pedagógicas mais atualizadas as aulas remotas. Esse processo ainda é um de tentativa e erro, mas a tentativa é muito mais sistemática e profissional quando se incluem dados.

Um bom exemplo dessas ferramentas é o Insights, presente no Teams, da Microsoft. Com ele, o educador tem à disposição diversas estatísticas que proporcionam análises importantes para o direcionamento de aulas remotas, presenciais ou híbridas. É possível acompanhar o hábito de estudos da turma, sabendo o momento em que cada aluno entra no sistema para assistir a uma determinada atividade online, assim como se ele entrou em uma reunião no horário programado, se está participando dela ativamente e até por qual tipo de dispositivo (celular, computador ou tablet) ele está acessando as aulas. Toda essa gama de informação não é útil apenas para os professores; também têm espaço na rotina de gestão dos coordenadores e diretores, já que a ferramenta garante traçar perfis de atuação acadêmica, seja por meio de dados observados individualmente, por turma ou pela frequência de atividades atribuídas pelos docentes.

O Google for Education é outra ferramenta bem completa. De fácil acesso e gratuita, ajuda os educadores a gerenciar e avaliar o progresso dos alunos com eficiência, melhorando a conexão com os alunos na escola ou em casa. Por pertencer ao Google, ela é integrada a todas as ferramentas do Google Workspace for Education e facilita muito os processos, já que foram criadas com o objetivo de fomentar a interação em sala de aula e otimizar a aprendizagem e a comunicação entre o corpo docente e os alunos por meio de inúmeros recursos. Com os dados armazenados no Google for Education, é possível analisar o desempenho da turma e avaliar os métodos de ensino, bem como obter um parâmetro sobre o que está sendo eficiente e o que deve ser alterado, ou se um aluno, por exemplo, precisa de atenção especial ao estudar um conteúdo, ou se o professor deve mudar determinada abordagem. Além dos dados, há também espaço para feedbacks

Essas são apenas alguns exemplos de ferramentas. A sua escola pode até já utilizar outras, mas o importante é entender as funções e múltiplas possibilidades de um trabalho mais analítico. Estabelecer uma visão sobre a necessidade de trabalhar com dados, comunicar-se com eficácia, treinar a equipe e, em seguida, implementar e monitorar um bom sistema de gestão de sala de aula focado nessa questão é um processo a ser feito em ordem sequencial para alcançar um resultado ideal. Valerá a pena colher os frutos tanto imediatamente, pensando nas aulas remotas e híbridas, como a longo prazo.

Fonte: Dados mostram o nível de interação de alunos e facilitam tomada de decisão em atividades online.

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